Um aquário é um recipiente capaz de conter água, possuindo pelo menos uma de suas paredes feita de algum material transparente, geralmente vidro ou acrílico. Além disso, é dotado dos componentes mecânicos que tornam possível a recriação de ambientes subaquáticos de água doce, do mar ou salobra e a manutenção de formas de vida correspondentes a estes ambientes, como peixes, invertebrados, plantas, etc. Os aquários mais básicos são de planta retangular, composta por paredes de vidro coladas com silicone neutro.
O antigo
conceito de aquário como sendo uma simples bola de vidro com uma abertura
circular em cima e fundo plano, na qual se mantinham peixinhos coloridos em
água, foi largamente ultrapassado. As condições ambientais não eram, neste
caso, controladas e para manter os animais vivos a água tinha de ser trocada em
períodos regulares por água limpa e sem cloro, já que não possuíam nenhum
sistema técnico de filtragem desta.
História e desenvolvimento
Etimologia
A palavra
"aquário" resulta da junção do termo latino aqua, que significa água,
com o sufixo - rium, que significa "lugar" ou "edifício".
Práticas antigas
A criação de
peixes em lugares fechados ou artificiais é uma prática muito antiga. Os
antigos sumérios eram conhecidos por manter peixes em tanques antes de
prepará-los para comer. Acredita-se que na China a reprodução seletiva de
carpas, que derivou nos hoje populares koi (Cyprinus carpio) e peixinho-dourado
(Carassius auratus), tenha começado há mais de 2000 anos. Foram encontradas
descrições do peixe sagrado Oxyrhynchus na arte do Antigo Egito. Muitas outras
culturas também têm uma história de criação de peixes, tanto com propósitos
funcionais como decorativos. Os chineses desfrutavam dos peixes coloridos em
recipientes de cerâmica grandes, durante a dinastia Song.
Recipiente de vidro
O conceito de
aquário, pensado como objeto de observação de peixes, na forma de tanque
fechado e transparente, guardado em interiores, surgiu apenas recentemente. No
entanto, é difícil definir a data exata deste desenvolvimento. No século XVIII,
o biólogo Abraham Trembley conservou uma hidra que encontrou nos canais do
jardim "Sorgvliet", nos Países Baixos, em grandes recipientes cilíndricos
de vidro para seu estudo, considerando-se que o conceito de manter vida
aquática em compartimentos de vidro data de então.
Fabricação
Os aquários
possuem pelo menos uma parede transparente, de vidro ou plástico (geralmente,
acrílico).
Ainda que
existam aquários cuja estrutura é de poliéster, de concreto ou outros
materiais, os mais comuns são de vidro. Nas últimas décadas têm sido muito
explorados materiais plásticos, como o acrílico. Estes, são mais leves e
resistentes, mas ficam amarelos com o tempo, não sendo, por isso, muito
recomendados. Até à década de 1970 a maioria dos aquários de vidro eram
acoplados com metal, mas, hoje, são unidos simplesmente com silicone. Este
silicone deve ser do tipo acético, sem aditivos do tipo antimofo ou outros, e, preferencialmente,
de cor preta, para que não se note a coloração e não haja desenvolvimento de
algas que, com o tempo, vão aparecendo. Ademais, é um silicone próprio para
aquários, que não causará toxicidade em sua fauna.
Tipos
De maneira
geral, e segundo a concentração de sais minerais na água, os aquários se
dividem em:
- Aquários
de água doce - simula um ambiente lacustre ou fluvial. (concentração de
sais < 0,5%)
- Aquários
de água salgada - simula um ambiente marinho ou oceânico. (concentração de
sais 0,5% - 18%)
- Aquários
de água salobra - simula os ambientes intermediários quanto à salinidade,
por exemplo lagunas e estuários. (concentração de sais < 0,5% - 5%)
Mas, mais
detalhadamente, a aquariofilia distingue vários tipos de aquários segundo a
finalidade:
- Aquário
comunitário - onde vivem peixes e plantas de diversas espécies,
independente de seu lugar de origem. Obviamente se agrupam tendo em conta que
as características ambientais que precisam são as mesmas.
- Aquário
de espécie individual ou específico - são aquários destinados à criação de
uma determinada espécie de peixe. Este aquário requer um ambiente muito
específico, adequado ao peixe. Diferencia-se do aquário de criação onde não há
fins de seleção por raça ou comerciais.
- Aquário
de biótopo - onde estão reunidos peixes e plantas que pertencem a um mesmo
habitat, com o fim de recriar um determinado ambiente.
- Aquário
de reprodução - suas condições ambientais tratam de facilitar a reprodução
de uma ou várias espécies de peixe.
- Aquário
de criação - destinado à criação de uma só espécie de peixe por motivos de
seleção de raça ou com fins comerciais.
- Aquário
holandês - é um tipo especial de aquário, que tem sua origem na década de
1970. Caracteriza-se pelo cultivo de plantas aquáticas segundo conceitos
estéticos ocidentais, procurando simetrias e geometrias de cores, formas e
texturas, cobrindo quase todo o tanque, não tendo, frequentemente, presença de
peixes, já que as plantas são o principal atrativo.
- Aquário
nature - trata-se também de um aquário plantado, seguindo a estética
japonesa, relacionando-se com representações simbólicas de aspectos da natureza
e procurando um equilíbrio orgânico entre os vários elementos. Este estilo foi
fortemente impulsionado por Takashi Amano nos início dos anos 90.
Por último,
atendendo à temperatura da água, podemos distinguir dois tipos de aquários:
- No aquário
de água fria a temperatura oscila entre 18 °C e 22 °C, aproximadamente. Durante
os meses de inverno, uma resistência elétrica impede que a temperatura seja
menor que 15 °C. É utilizado, sobretudo, para espécies de peixes exóticos
resistentes.
- Num aquário
tropical a concentração de sais na água é indiferente, podendo esta ser tanto
doce como salgada ou salobra. A água é aquecida por um sistema de
termorregulação. A temperatura deve estar entre 23 °C e 28 °C, aproximadamente,
graças ao uso de resistências elétricas e de um regulador, o termostato.
Acessórios
É possível
conservar peixes vivos por um certo tempo em um pouco de água sem qualquer
ajuda tecnológica, mas as condições de vida dos peixes serão muito más. Por
isso todo aquário deve ser equipado corretamente.
Filtração
É vital que a
água do aquário circule, para que se liberte de impurezas e esteja
biologicamente depurada. Para fazer isso, é utilizada uma bomba de água, que
força a movimentação da água através de elementos filtrantes. A filtração se
divide em diversas etapas:
- Filtração
biológica, realizada por bactérias aeróbias que convertem a amônia produzida pelos
peixes em nitritos e estes em nitratos (ver ciclo do azoto nos aquários).
- Filtração
mecânica, realizada por esponjas, mantas ou outros elementos filtrantes que
retém partículas sólidas da água.
- Filtração
química, realizada por carvão ativado ou resinas específicas, tem o objetivo de
remover substâncias tóxicas da água como o cloro, os metais pesados entre
outros. Pode ser usada para remover também compostos nitrogenados como a
amônia, os nitritos e os nitratos.
- Filtração
com lâmpada de ultravioleta, tem por objetivo esterilizar a água, eliminando
certos microorganismos indesejáveis como algumas algas microscópicas, fungos e
protozoários.
A mistura da
água tem também uma função oxigenadora e permite recriar certos meios ambientes
agitados.
Iluminação
A fim de se
observarem bem os peixes, de lhes dar um ritmo de vida diário e de assegurar a
fotossíntese das plantas, um aquário deve ser iluminado corretamente.
O método
aparentemente mais simples é a utilização da luz do dia, mas isto comporta
numerosos inconvenientes: promove o desenvolvimento de algas filamentosas pela
falta de controle da intensidade da luz, os peixes terão as cores mais fracas
etc.
Por essas
razões, deve-se iluminar o aquário por meio de lâmpadas, habitualmente
reguladas por um relógio ou cronómetro que as faz funcionar de 10 a 12 horas
por dia. O melhor método é utilizar lâmpadas fluorescentes hortícolas ou outras
lâmpadas especiais adaptadas às necessidades das plantas, tanto em qualidade
quanto em quantidade.
Para aquários
plantados há diversas discussões sobre o melhor tipo de iluminação, mas
basicamente o melhor é o que faça a conjunção de lâmpadas de cor branca
(6.400k) com lâmpadas para horticultura (18.000k).
Fluorescentes
comuns, tubulares, T5 ou T8 e lâmpadas de vapor metálico (HQI) são os tipos
mais utilizados, sendo que a última (HQI) é a que produz melhores resultados,
mas é indicada apenas para aquários grandes.
Um cálculo
básico para a manutenção de plantas com alta exigência luminosa em um aquário
são os watts/litro, um aquário bem iluminado deve ter 01 watt/litro, já um
aquário designado para manter plantas com menos exigência luminosa podem ter no
mínimo 0,5 watts/litro. Lembrando se de que iluminação é um dos fatores, mas
não o único, para a manutenção de plantas. Deve haver um equilíbrio entre
iluminação, substrato fértil, fertilização líquida e injeção de CO2 ou outras
fontes de carbono.
Climatização
Para manter
uma temperatura tropical, que convém aos peixes exóticos, é preciso utilizar
sistemas de climatização compostos por uma resistência elétrica e um
termostato. No caso de peixes de água fria, o procedimento é inverso, é preciso
utilizar um sistema de refrigeração.
População
Solo
O solo do
aquário deve ser coberto de cascalho fino. Alguns centímetros são suficientes
para permitir a fixação das plantas.
No caso de um
aquário no qual o objetivo é manter muitas plantas é preferível utilizar um
solo fertilizado. Há as opções industrializadas e também soluções caseiras,
como húmus de minhoca, diversos tipos de terras e laterita (fonte de ferro),
desde que previamente tratados.
Em caso de
água doce (com a exceção de peixes que necessitem essas características da
água, como, por exemplo, os peixes dos lagos africanos), deve-se evitar as
substâncias calcárias, enquanto no aquário de água do mar deve-se adotar a
areia coralina, que permite estabilizar as características da água em valores
adequados para esse sistema. Convém prescindir de areias artificiais, assim
como de pedras pintadas.
Água
A água pode
ser da torneira, desde que seja adaptada às necessidades dos organismos que a
habitarão.
- Os peixes
de água muito doce (bacia do rio Amazonas, por exemplo) necessitam, geralmente,
de água branda (com um conteúdo muito escasso de sólidos dissolvidos) e ácida.
Pode-se abrandar a água através de um filtro de osmose inversa, enquanto que
para acidificá-la são empregados diversos produtos químicos ou é colocada uma
pequena quantidade de turfa no sistema de filtração.
- Os peixes
de águas duras (lago Malawi, por exemplo) requerem uma adição de sais
especiais, como pedras calcárias.
- Os peixes
de água do mar necessitam de um suplemento de sal, de preferência combinado com
água corretamente depurada, por exemplo por osmose.
No caso de
uma água de torneira clorada ou que contenha metais pesados, existem no mercado
produtos neutralizantes que podem melhorar sua qualidade. É igualmente possível
liberar o cloro deixando repousar a água em um recipiente aberto por alguns
dias antes de sua utilização.
Decoração
Todos os
tipos de decoração são possíveis.
Os materiais
naturais ou de aparência natural, como cortiça e raízes de turfeira, são
preferíveis para este efeito. Em relação às raízes de turfeira, pode ser
conveniente fervê-las antes de colocá-las na água, para que liberem o tanino
que poderia turvar a água.
Certas
espécies gostam de se esconder ou utilizam seu meio para pôr e proteger seus
ovos. É conveniente, então, fazer pequenos esconderijos com pedras (pode-se
utilizar também a metade de um coco ou um vaso de flores, de antemão bem
limpos).
O vidro
traseiro do aquário pode ser mascarado por uma decoração de poliéster resinado
ou por um poster que represente o ambiente do aquário, a fim de aumentar o
efeito de profundidade.
Plantas
Antes de
introduzir as plantas no aquário, deve-se submergir uns minutos em uma solução
desinfetante, como, por exemplo, permanganato de potássio, para eliminar os
hospedeiros prejudiciais, como caracóis e hidras.
Nos aquários
de água doce, o excesso de plantas impede a reciclagem dos desperdícios
nitrogenados. Já para os de água do mar, uma planta muito encontrada é a
Caulerpa, facilmente encontrada no mercado especializado.
Animais
Além dos
peixes, os aquários podem comportar alguns invertebrados. Nos de água doce são
comuns os gastrópodes e outros moluscos. Nos de água do mar podem-se ver
ouriços-do-mar, anêmonas, espirógrafos, corais, esponjas e muitos outros.
Contudo, a superpopulação do aquário deve ser um fator sob constante
observação.
Manutenção
Instalação e manutenção regular
Um aquário
corretamente instalado e povoado requer pouca manutenção.
- Renovação
da água - uma troca regular de uma parte da água, normalmente o equivalente a
20% do todo a cada duas semanas, o que permite eliminar os desperdícios
orgânicos. O processo é feito, geralmente, por sifonagem, aspirando a água
próxima ao solo, a fim de eliminar, pela mesma operação, os desperdícios
orgânicos.
- Limpeza das
paredes - uma esponja é capaz de devolver a transparência original do vidro.
- Limpeza das
plantas - as plantas com algas devem ser limpas à mão.
- Limpeza do
solo - é possível transportando as pedras ou areia para outro recipiente, onde
serão extraídas as impurezas através de água corrente.
- Adubar as
plantas - Em um ambiente fechado, como é um aquário, deve se procurar atender
as necessidades de cada componente vivo, tendo em vista, também os produtos
resultantes de sua degradação. Em aquários comunitários, com espécies menos
exigentes, é possível a utilização de pastilhas com fertilizantes nas raízes
das plantas. Já em aquários plantados, como Holandeses ou Nature, é
praticamente indispensável a suplementação com CO2, macronutrientes, e
micronutrientes, enquanto que no substrato, em geral, usa-se, basicamente,
adubo orgânico, geralmente em associação com substâncias com alta capacidade de
troca catiônica (CTC).
- Alimentação
dos peixes - à base de alimentos frescos, congelados ou vivos, um exemplo é o
uso de paramécios para alimentação de peixes de água doce pequenos ou recém-nascidos.
Renovação da água
É necessário
efetuar trocas regulares de água em um aquário, pois as bactérias se encarregam
de degradar o amoníaco e transformar os nitritos em nitratos. Estes últimos se
acumulam pouco a pouco no aquário, podendo alcançar valores excessivos que
poderiam ser tóxicos para os peixes. A taxa de nitratos deve ser sempre
inferior a 50 mg/l.
Os nitratos
são consumidos por plantas aquáticas e pelas algas. Contudo, o consumo das
plantas não basta para eliminar todos os nitratos. Em geral, só as trocas de
água, regularmente, permitem obter taxas aceitáveis.
Por outro
lado, as trocas de água permitem o fornecimento de sais minerais necessários
aos peixes e às plantas. Se não é renovada a água, eles se esgotam pouco a
pouco no meio fechado do aquário. O ritmo e a quantidade de trocas de água são
variáveis segundo a população do aquário e as condições de manutenção. É
aconselhado, geralmente, trocar 10% da água toda semana, ou 20% a cada 15 dias.
Esta porcentagem deve ser aumentada se, por exemplo, as taxas de nitrato se
elevarem demasiado. No entanto, jamais deve-se trocar a água toda de uma vez
só.
Limpeza das paredes
Por questões
estéticas, mas também para a manutenção da vida no interior do aquário, tem de
ser feita a limpeza das paredes. Sendo o vidro ou o acrílico materiais sobre os
quais as algas se estabelecem facilmente, convém limpá-los regularmente para
evitar sua proliferação duradoura, pois as algas dificultam a entrada da luz no
aquário, e as plantas não sobrevivem sem luz.
Alimentação
Cada espécie
de peixe tem suas próprias exigências, ainda que a maioria se alimente de
presas vivas que complementam com preparados inertes e vegetais (folhas de
alface, de espinafre, algas etc.).
O excesso de
alimento pode ser mais prejudicial para os peixes que a má qualidade da água.
Alimentados em excesso, os peixes acumulam gorduras que só servirão para
encurtar sua vida. Muitas vezes, o peixe não come toda a ração, já que,
colocada em excesso, suja a água, comprometendo a saúde dos seus inquilinos.
A ração de um
peixe deve ser elaborada em função de seu gosto e exigência, algumas delas são:
- Alimento
artificial - existem diversos tipos de alimentos industriais para as exigências
dos mais diferentes tipos de peixes. Sua utilização é fortemente recomendada em
todos os casos, como complementação podem ser utilizados os tipos abaixo.
- Alimentos
frescos - carne de peixe, carne crua, ovos de peixe, mexilhões, vegetais etc.
- Presas
vivas - larvas aquáticas, larvas de insetos, pequenos crustáceos, tubifex etc.
Ecologia
A ecologia
ideal do aquário reproduz o equilíbrio que se encontra na natureza em um
sistema fechado. Na prática, é quase impossível manter um equilíbrio total.
Como exemplo, uma relação equilibrada de presa-predador é quase impossível de
manter, inclusive nos grandes aquários. Normalmente, o cuidador do aquário deve
tomar medidas para manter o equilíbrio neste pequeno ecossistema contido no
aquário. É mais fácil manter o equilíbrio em grandes aquários, daí a
preferência dos aficionados por grandes depósitos.
Ciclo do azoto
Um assunto
essencial no estudo da vida no interior de um aquário é a gestão dos resíduos
biológicos produzidos pelos habitantes do aquário. Peixes, invertebrados,
fungos e algumas bactérias excretam resíduos nitrogenados em forma de amoníaco
(que se pode transformar em amônio, dependendo da composição química da água)
que deve passar pelo ciclo do nitrogênio. Também se produz amoníaco através da
decomposição das plantas e da matéria animal, incluindo fezes e outros
detritos. Os dejetos nitrogenados, em altas concentrações, tornam-se tóxicos
para os peixes e outros habitantes do aquário.
Um depósito
bem equilibrado contém organismos que podem metabolizar os dejetos de outros
residentes do aquário. Os resíduos nitrogenados que são produzidos em um
aquário são metabolizados por bactérias nitrificantes (gênero Nitrosomonas) que
capturam o amoníaco da água e o metabolizam para produzir nitritos. Os nitritos
também são altamente tóxicos para os peixes em taxas elevadas. Outro tipo de
bactéria (gênero Nitrospirae) converte os nitritos em nitratos, menos tóxicos.
Além das
bactérias, as plantas aquáticas também eliminam os resíduos nitrogenados
metabolizando o amoníaco e os nitratos. Quando as plantas metabolizam compostos
do nitrogênio, eliminam este elemento da água, convertendo-o em biomassa. No
entanto, isto é somente temporário, já que as plantas voltam a expulsar o
nitrogênio na água quando as folhas velhas se decompõem, por exemplo.
Ainda que
informalmente seja chamado de ciclo do nitrogênio pelos estudiosos, este
processo é, na verdade, apenas parte de um ciclo maior. O acúmulo de nitratos
nos aquários caseiros exige que o cuidador realize trocas periódicas da água,
retirando a água rica em nitratos e preenchendo com água pobre ou sem nitratos.
Os aquários,
frequentemente, não contêm as populações de bactérias necessárias para
"limpar" os resíduos nitrogenados dos habitantes do depósito. Este
problema é mais ou menos solucionado por duas formas de filtração: os filtros
de carbono ativo absorvem os compostos de nitrogênio e outras toxinas da água,
enquanto os filtros biológicos proporcionam um meio especial para a colonização
das bactérias nitrificantes desejadas.
Outros ciclos de nutrientes
O nitrogênio
não é o único nutriente que circula por um aquário. O oxigênio dissolvido entra
no sistema pela superfície da água em contato com o ar, ou mediante uma bomba
de ar. O dióxido de carbono abandona o sistema, também, pelo ar. O ciclo do
fosfato é um importante ciclo de nutrientes que também aqui se efetua, ainda
que seja frequentemente ignorado. O enxofre, o ferro e outros micronutrientes
também circulam pelo sistema, entrando como comida e saindo como dejetos. O
controle apropriado do ciclo de nitrogênio e a adição correta de comida deve
ser suficiente para manter os outros ciclos de nutrientes próximos do
equilíbrio.
Aquários públicos
Os aquários
públicos são instalações abertas ao público para ver espécies aquáticas em
aquário. A maior parte dos aquários públicos apresenta uma determinada
quantidade de tanques menores , assim como um ou mais depósitos maiores. Os
depósitos maiores têm capacidade de comportar milhões de litros de água e
espécies grandes, incluindo golfinhos, tubarões ou baleias. Os animais
aquáticos e semi-aquáticos (lontras, pinguins etc.), podem ser encontrados,
também, em aquários públicos.
Desde o ponto
de vista operacional, um aquário público é similar em muitos aspectos a um
zoológico ou museu. Um bom aquário terá exposições especiais para atrair os
visitantes, além de sua coleção permanente. Alguns têm sua própria versão de
"zoo para tocar", por exemplo, o Monterey Bay Aquarium, na
Califórnia, tem um depósito superficial cheio de tipos comuns de raias, e o
público pode "tocar" sua pele quando passam.
Como os
zoológicos, os aquários normalmente têm um corpo especializado de pesquisadores
que estudam os costumes e a biologia das espécies. Nos últimos anos, os grandes
aquários têm tentado adquirir e criar diversas espécies de peixes do oceano
aberto, inclusive cnidários, como as medusas, uma tarefa difícil, uma vez que
estas criaturas nunca antes encontraram superfícies sólidas como a parede de um
aquário, e ainda não adquiriram o instinto para se afastarem das paredes e não
chocarem com elas.
O primeiro
aquário público abriu em Regent's Park, Londres, em 1853. Phineas Taylor Barnum
o seguiu rapidamente com o primeiro aquário americano, aberto na Broadway, Nova
Iorque. A maior parte dos aquário públicos se localizam perto do oceano, para
ter uma colaboração constante da água do mar natural. Um aquário pioneiro, no
interior, foi o Shedd Aquarium de Chicago, que recebia a água do mar
transportada por um trem.
Em janeiro de
1985, Kelly Tarlton iniciou a construção do primeiro aquário a incluir um
grande túnel acrílico transparente, em Auckland, na Nova Zelândia, uma tarefa
que necessitou de 10 meses e custou três milhões de dólares neozelandeses. O
túnel de 110 metros foi construído com folhas de plástico de fabricação alemã
que moldavam ali um grande túnel. Atualmente, uma esteira rolante transporta os
visitantes e os grupos escolares que, ocasionalmente, passam a noite ali, sob
os tubarões e raias.
Alguns
aquários públicos se afiliam frequentemente a instituições oceanográficas
importantes ou conduzem seus próprios programas de investigação, e normalmente se
especializam nas espécies e ecossistemas que podem encontrar nas águas locais.
Fonte: wikipedia